90% dos lares têm coleta de lixo no Brasil; pior índice é do Maranhão




Dados do Censo 2022 apontaram que o estado foi o que mais ampliou a coleta de lixo entre 2010 e 2022, mas segue na última colocação no serviço. Lixo é despejado no canteiro de obras na Avenida Kennedy em São Luís
Douglas Pinto/TV Mirante
90% das residências no Brasil possui coleta direta ou indireta de lixo, segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados indicam um aumento de 5,1% em relação ao Censo de 2010.
Compartilhe essa notícia no WhatsApp
Compartilhe essa notícia no Telegram
OBS: O IBGE considera como coleta direta aquela que é feita no próprio domicílio. Já a indireta é quando o lixo é depositado pelo morador em uma caçamba de serviço de limpeza.
A coleta no país chegou aos 90,9% em 2022, ante 85,8% em 2010. O ranking é liderado por São Paulo, estado em que a coleta passou de 98,2% para 99% no mesmo período.
O Maranhão foi o estado que mais ampliou a coleta de lixo na última década, passando de 53,5% para 69,8%.
Apesar do avanço, o estado ainda tem a pior proporção nacional de cobertura na coleta de resíduos sólidos.

Medidas surtiram efeito, mas ainda falta muito
A construção de uma central de tratamento de resíduos e a conclusão de um plano de gestão de resíduos nos últimos 10 anos podem ter contribuído para a melhora dos indicadores de coleta de lixo no Maranhão, especialmente na Região Metropolitana de São Luís.
Em 2014, a Central de Tratamento de Resíduos Titara, que fica no povoado de Buenos Aires, no Município Rosário (a 75 km de São Luís) entrou em atividade.
No local funciona um aterro sanitário, considerado o ambiente adequado para envio de resíduos sólidos. Por lá, ocorre a drenagem de gases e de chorume proveniente do lixo. Depois, o chorume vai para uma estação de tratamento de efluentes (ETE), onde o material é tratado até ser considerado efluente final sem características poluentes.
O aterro recebe resíduos das cidades de Rosário, Axixá e Morros, de toda a Grande São Luís (Paço do Lumiar, Raposa, São José de Ribamar e São Luís), e de empresas de segmentos como, por exemplo, o da geração de energia, mineração, alimentos, serviços, exploração de petróleo e construção civil.
Central de Tratamento de Resíduos Titara
Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema)
Em 2019, foi concluído o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos da Região Metropolitana da Grande São Luís (PGIRS/RMGSL). Na prática, é um documento que visa atender às exigências do Marco Legal do Saneamento Básico e extinguir o uso dos lixões.
O plano também isenta os municípios da elaboração de planos municipais individuais, além de servir de diretriz no planejamento da gestão de resíduos para os próximos 20 anos em 13 municípios ao redor da capital.
Um dos desafios da coleta de lixo no estado é universalizar a construção de aterros sanitários e apoiar a coleta em todos os municípios do Maranhão, especialmente nas regiões mais pobres e menos populosas.
Desigualdade persiste
Apesar do aumento da coleta no país, os dados indicam uma diferença expressiva entre regiões do Brasil.
Na Região Norte, a proporção da população atendida pela coleta de lixo domiciliar em 2022 foi de 78,5%, enquanto na Região Sudeste, que tem a maior cobertura, o percentual foi de 96,9%.
A região Sul é a segunda com maior proporção da população atendida, com 95,3%, seguida pelo Centro-Oeste, com 93,1% e pelo Nordeste, com 82,4%.
As desigualdades são mais evidentes nas cidades com menor contingente populacional, que têm menos acesso a coleta de lixo.
Nas cidades com menos de 5 mil habitantes, 78,9% de domicílios tinham coleta de lixo. Já em cidades com população superior a 500 mil habitantes, a proporção de coleta de lixo chega a 98,9%.
Ranking dos estados com maior cobertura de coleta de lixo
Outros dados do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na História em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.




Fonte: G1

Leave comment

Your email address will not be published. Required fields are marked with *.