Brasil quer usar Luz para Todos como base para cooperar com inclusão energética de outros países
Governo assinou nesta quarta-feira (31) plano de transição energética com a Agência Internacional de Energia (EIA). Acordo também envolve compartilhamento de dados e discussão de políticas de eficiência. Programa Luz para Todos chega em área que nunca tiveram energia elétrica
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O Brasil vai cooperar com outros países em programas de inclusão energética, nos moldes do programa Luz Para Todos. Nesta quarta-feira (31), o governo assinou um plano de transição energética com a Agência Internacional de Energia (EIA).
O objetivo é usar a experiência brasileira na promoção do acesso a energia em países emergentes e em desenvolvimento. O plano também envolve compartilhamento de dados e discussão de políticas de eficiência energética.
“Com a nossa experiência, podemos ajudar as demais nações, para além da questão da transição energética, a combaterem a pobreza energética, se espelhando no nosso Luz para Todos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Segundo o ministro, o Brasil está contribuindo por meio da estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) com países que ainda têm altos números de pessoas sem acesso à energia em suas residências.
Silveira disse que recebeu um convite da ex-presidente Dilma Rousseff, hoje no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), para colaborar com países na África.
Além disso, disse ter procurado a Organização das Nações Unidas “para que a gente possa elevar toda a nossa expertise de pobreza energética para que possamos contribuir com a pobreza energética de outros países”.
Luz Para Todos
Silveira disse que o programa Luz Para Todos deve ser finalizado até 2026, quando termina o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O governo federal prevê gastos de aproximadamente R$ 2,5 bilhões com o programa este ano, financiados pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Criado em 2003, o programa Luz para Todos tinha o objetivo de levar energia elétrica às residências que não são atendidas pelas distribuidoras.
Prorrogado por diversas vezes até 2022, o programa foi retomado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 4 de agosto.
Brasil vai responder por 4% da produção mundial
O diretor-executivo da Agência Internacional de Energia (EIA, na sigla em inglês), Fatih Birol, disse que o Brasil deve responder por 4% da produção mundial de petróleo em 2030, e manterá esse nível até 2040.
De acordo com ele, o Brasil supre hoje 3% do petróleo ao redor do mundo, mas a estimativa é que esse percentual passe para 4% até 2040, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (31).
Para o ministro Alexandre Silveira, a intenção de liderar a transição energética, e ao mesmo tempo aumentar a produção nacional de petróleo, não representa uma contradição do governo.
“A própria palavra disse transição, transição não é mudança. Transição é um processo, então o Brasil tem que se olhar e com muita parcimônia ajudar o mundo a valorar a transição energética para que a gente a acelere e ao mesmo tempo olhar para a sua gente para que ela não deprima sua economia”, disse.
Fonte: G1