Mais caro que frango e boi, preço do porco tem alta de até 11,4% e perde competitividade, aponta USP
Segundo pesquisadores do Cepea-Esalq em Piracicaba (SP), valorização da carne suína se deve à oferta interna ligeiramente menor e à procura aquecida na primeira quinzena de fevereiro. Preços do suíno vivo e da carne do animal também caíram em janeiro de 2024
Divulgação
Diferente do registrado em janeiro de 2024, os preços da carne de porco registraram alta na comparação com as cotações do frango e carne bovina no atacado da Grande São Paulo na primeira quinzena de fevereiro. O valor do suíno vivo em SP fechou em R$ 6,79, o que representa variação de 10,77% no período.
O indicador do Cepea para a carcaça suína especial registrou preço médio de R$ 9,97 por quilo nesta quinta-feira (15), alta de 11,40% desde o início de fevereiro.
O cenário faz o alimento perder competitividade em relação às outras duas proteínas, que tiveram recuos nas cotações no período. – 👇Veja mais detalhes, abaixo, na reportagem.
A valorização da carne suína se deve à oferta interna ligeiramente menor e à procura aquecida em fevereiro, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (16) pelo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da USP em Piracicaba (SP).
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Esse movimento de alta nos preços da carne suína deve ser breve, conforme observam os agentes consultados pelo Centro de Pesquisas, que já observam diminuição no ritmo das vendas, contexto que pode pressionar as cotações nos próximos dias.
Janeiro de baixas
Os preços do suíno vivo e da carne do animal caíram em janeiro de 2024. As quedas foram resultado do baixo ritmo de exportação da proteína e da demanda interna enfraquecida.
Em Minas Gerais, a cotação do animal ficou em $ 6,87. No Paraná, a R$ 6,15. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que tiveram os menores preços, o valor fechou em R$ 6,08 e em São Paulo, a R$ 6,55.
Produção de carne suína
Júlio Cavalheiro/ Secom
No mercado doméstico, as vendas fracas estiveram atreladas ao menor poder de compra da população no fim de mês de janeiro, ao recesso escolar e à oferta elevada de suínos.
Na comparação com dezembro de 2023, o indicador do suíno vivo fechou com todos os patamares menores em todos os estados acompanhados pelo Cepea em janeiro de 2024.
Nos primeiros 19 dias úteis de janeiro, a média diária de carne suína embarcada foi de 3,7 mil toneladas, significativos 22,7% abaixo do desempenho apresentado em dez/23 – dados da Secex.
Frango
Produção de Frango
Reprodução
As análises do Cepea indicam que, apesar da desvalorização do frango vivo no mercado doméstico, o poder de compra de avicultores paulistas vem crescendo em fevereiro.
Segundo pesquisadores do instituto, esse cenário é resultado da queda mais significativa nas cotações dos principais insumos empregados na produção avícola -milho e farelo de soja.
“O recuo do frango vivo, por sua vez, se deve à menor procura de animais para abate ao longo da primeira quinzena de fevereiro, diante da retração nas vendas da carne”, aponta.
Exportações registram queda em janeiro
A queda nas exportações, menor poder de compra do consumidor e demanda doméstica enfraquecida fizeram os preços das carnes de frango e de porco caírem em janeiro de 2024, aponta o Cepea.
Na comparação com dezembro do ano passado, as cotações do frango registraram quedas de até R$ 2,6%. – 👇Leia em detalhes, abaixo.
O movimento de queda nas cotações do frango ocorre, de acordo com a pesquisa, devido ao aumento da oferta no mercado brasileiro, provocado pela diminuição da procura do alimento pelo consumidor interno que, nesta época do ano, costuma ter despesas previstas com tributos. A demanda doméstica também recua em época de recesso escolar.
“A pressão, segundo pesquisadores deste Centro, veio do aumento da disponibilidade interna decorrente da queda nas exportações e da demanda doméstica enfraquecida, [principalmente por] despesas extras da população e recesso escolar”, ressalta.
Preço do boi gordo segue em queda
Reprodução/TV TEM
Boi gordo
Os preços do boi gordo avançam fevereiro em queda na análise parcial até esta última quarta-feira (14). o Indicador CEPEA/B3 recuou 3%.
Pesquisas do Cepea demonstram que a procura de frigoríficos segue relativamente baixa, e as escalas, alongadas em todas as praças do estado de São Paulo.
“Quanto ao número de animais abatidos em 2023, a divulgação do IBGE confirma o que as cotações já mostraram: a oferta dos pecuaristas superou a demanda dos frigoríficos, levando ao ajuste negativo dos preços ao longo do ano”, aponta o Cepea.
Os dados ainda preliminares mostram que foram abatidas 33,9 milhões de cabeças (machos e fêmeas) em 2023, total que se aproxima do recorde de 2013, na marca de 34,4 milhões de animais. “No comparativo com 2022, o aumento é de 13,2%”, especifica.
Após iniciar janeiro acima dos R$ 252 a arroba, o Indicador do Boi Gordo feiro pelo Cepea encerra janeiro de 2024 com queda acumulada de 2,9%, fechando no último dia do mês, nesta quarta-feira (31), a R$ 245.
Segundo pesquisadores do Cepea, as escalas de abate relativamente alongadas têm pressionado as cotações da arroba, sobretudo para animais destinados ao abastecimento do mercado doméstico.
“De modo geral, os preços oferecidos pelos frigoríficos não têm agradado produtores e geram certo desânimo para a reposição. Sem muita possibilidade de segurar os animais no pasto ou no cocho, tendo em vista que eleva os custos, pecuaristas tradicionais e confinadores vão testando seus limites individuais de viabilidade, tentando regular a oferta”, observa o Cepea.
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Fonte: G1