Americanas tem prejuízo de R$ 4,6 bilhões entre janeiro e setembro de 2023




Empresa teve uma redução de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses do ano passado, puxada sobretudo pela forte redução de 77,1% nas vendas realizadas pelos canais digitais, que foram impactadas pela desconfiança dos consumidores. Fachada das Lojas Americanas em Franca, no interior de SP.
IGOR DO VALE/ESTADÃO CONTEÚDO
A Americanas registrou um prejuízo de R$ 4,61 bilhões entre janeiro e setembro de 2023, segundo balanço corporativo divulgado pela companhia nesta segunda-feira (26). Os números estavam suspensos desde o começo do ano passado, quando a empresa encontrou uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras. (relembre mais abaixo)
O resultado foi puxado por uma queda de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Entre janeiro e setembro do ano passado – o primeiro ano da crise que levou a companhia a um processo de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 50 bilhões -, a receita da empresa foi de R$ 10,293 bilhões.
A principal razão para essa baixa na receita foi a forte diminuição nas vendas realizadas pelos canais digitais da companhia: uma queda de 77,1% entre janeiro e setembro de 2023 em comparação com os mesmos meses de 2022.
O resultado vem após a Americanas divulgar um prejuízo de R$ 12,9 bilhões em 2022 e de R$ 6,2 bilhões em 2021 – números que foram revisados após a empresa ter revelado “inconsistências contábeis” em seus balanços.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O plano foi aceito pelos credores da companhia em 19 de dezembro, com apoio de mais de 90% dos votantes.
(Esta reportagem está em atualização)
Relembre o caso
▶️ Em janeiro de 2023, a Americanas divulgou um fato relevante informando que havia identificado “inconsistências em lançamentos contábeis” nos balanços corporativos, em um valor que chegaria a R$ 20 bilhões. O então presidente da Americanas, Sergio Rial, decidiu deixar o comando da companhia e o escândalo iniciou um processo de derretimento de uma das maiores varejistas do Brasil.
▶️ Como consequência da revelação feita na noite de quarta-feira, os investidores amanheceram em polvorosa. As principais instituições financeiras colocaram as ações da Americanas sob revisão, e a B3, bolsa de valores de São Paulo, colocou os papéis ordinários (com direito a voto) da empresa em leilão. Veja mais detalhes na reportagem abaixo.
Americanas desaba na bolsa após descoberta de rombo de R$ 20 bilhões; entenda o caso
▶️ Em poucos dias, a situação da Americanas degringolou. Depois de um derretimento das ações da Americanas na bolsa ao longo da semana e o início de disputas judiciais com credores em busca de pagamentos —, a empresa comunicou que mantém apenas R$ 800 milhões em caixa, o que torna a operação insustentável.
▶️ Sem solução para a pressão dos credores, a Americanas foi obrigada a entrar com um pedido de recuperação judicial para travar a dívida. As “inconsistências contábeis” haviam levado as dívidas da empresa para a casa dos R$ 43 bilhões, entre aproximadamente 16,3 mil credores. Veja mais detalhes na reportagem abaixo.
Americanas pede recuperação judicial, com dívida de R$ 43 bilhões
▶️ A primeira versão do plano de recuperação judicial da companhia foi divulgada em março de 2023, mas o acordo só foi completamente aceito pelos credores em dezembro do mesmo ano. O plano apresentou um saldo de R$ 50,1 bilhões de créditos a serem reestruturados, uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.
▶️ O plano de recuperação judicial da Americanas aprovado pelos credores também prevê:
O aporte de R$ 12 bilhões em aumento de capital da empresa por parte dos acionistas de referência da Americanas — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, que juntos detêm 30,12% do capital social da companhia;
A venda de ativos como o Hortifruti Natural da Terra, a Uni.Co — empresa de franquias que detém marcas como Imaginarium e Puket — e a possibilidade de venda da AME, entre outros pontos. Veja mais detalhes do plano na reportagem abaixo.
Americanas: plano de recuperação judicial é aprovado em Assembleia de Credores; veja pontos
G1 Explica: o rombo nas contas das Lojas Americanas




Fonte: G1

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