Dólar opera em baixa em semana marcada por decisão de juros no Brasil e EUA
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 0,22%, cotada a R$ 4,9973, no maior patamar do ano até agora. Já o principal índice acionário da B3 encerrou em queda de 0,74%, aos 126.742 pontos. Dólar abriu em baixa
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O dólar abriu em baixa nesta segunda-feira (18), iniciando uma semana marcada pela divulgação de decisões de política monetária pelo mundo, com destaque para Brasil e Estados Unidos.
Na quarta-feira (20), os bancos centrais dos dois países decidem quais serão suas novas taxas de juros. A expectativa é que, por aqui, a taxa Selic sofra uma nova redução, enquanto nos Estados Unidos os juros devem permanecer inalterados.
No Brasil, ainda, investidores repercutem a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) do Banco Central, considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). O indicador subiu 0,6% em janeiro, na comparação com o mês anterior.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 09h55, o dólar caía 0,09%, cotado a R$ 4,9929. Veja mais cotações.
Na última sexta-feira, a moeda norte-americana teve alta de 0,22%, cotado a R$ 4,9973.
Com o resultado, acumulou altas de:
0,32% na semana;
0,50% no mês;
2,98% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na sexta, o índice teve baixa de 0,74%, aos 126.742 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,49% na semana;
recuo de 1,03% no mês;
e baixa de 4,84% no ano.
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O que está mexendo com os mercados?
A semana começa com os investidores já de olho na Super Quarta, quando o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) anunciam suas novas taxas de juros.
No Brasil, a taxa Selic está em 11,25% ao ano e já é dado como certo que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve promover um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando-a a 10,75% ao ano.
Nos Estados Unidos, por outro lado, a expectativa é que o Fed mantenha seus juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano. A atenção, porém, está mais voltado para o comunicado que a instituição vai soltar depois da reunião, porque é ali que os investidores conseguem vislumbrar quais são as possibilidades para as taxas nos próximos meses.
Há muita expectativa por quando o Fed deve iniciar o ciclo de cortes nos juros nos Estados Unidos. A maioria dos investidores e especialistas espera que isso aconteça ainda no primeiro semestre deste ano.
Além disso, a semana começou com a divulgação de alguns dados importantes pelo mundo.
No exterior, destaque para a China, que teve números melhores que o esperado para a indústria e varejo. No primeiro bimestre de 2024, a produção industrial do país cresceu 7,0%, segundo a Agência Nacional de Estatísticas, contra expectativas de alta de 5,0%. Já as vendas no varejo subiram 5,5%, contra 5,2% projetados.
Os números trouxeram certo alívio para os mercados, que vinham preocupados com uma desaceleração da economia chinesa. O resultado impulsiona, inclusive, o desempenho do minério de ferro, já que o país asiático é um dos principais demandantes da commodity no mundo.
Já no Brasil, o BC divulgou o IBC-Br, que mostrou alta de 0,6% em janeiro, em linha com as expectativas. Rafael Perez, economista da Suno Research, destaca que esse é o quinto resultado positivo consecutivo e “revela uma atividade mais forte neste início de ano”.
“Além disso, os dados de Caged divulgados na sexta-feira, com a criação de 180 mil vagas de emprego em janeiro, mostraram um mercado de trabalho que continua dando sinais bastante positivos e será um vetor importante de sustentação da atividade, principalmente de segmentos ligados ao consumo”, comenta o economista.
Ainda no cenário doméstico, destaque para relatório divulgado pelo Tesouro Nacional na última sexta-feira (15), com projeções de que o Governo Federal deve conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024, se conseguir aprovar as medidas já propostas pela área econômica para elevar a arrecadação.
Já para os próximos ano, em 2025 e 2026, o Tesouro projeta déficit de 0,5% e de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), respectivamente. O déficit acontece quando as despesas superam as receitas, aumentando a dívida pública.
Caso as projeções do Tesouro se concretizem, o governo deixará de cumprir a meta fiscal estabelecida para 2025 e 2026, uma vez que as metas projetadas para estes anos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 são de superávit de 0,5% e de 1% do PIB, respectivamente.
Porém, por enquanto, esses números esperados de déficit não passam de projeções. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, pontua que “não faz sentido algum o governo alterar a meta fiscal agora” e que isso seria “um tiro no pé”.
O economista destaca que o governo ainda precisa esperar para ver como as medidas arrecadatórias anunciadas no ano passado vão influenciar nas receitas deste ano antes de tomar qualquer atitude nesse sentido.
“Ele pode esperar até maio, que é a segunda reunião do relatório de despesas e receitas, para anunciar se confirma ou altera a meta fiscal. Para nós, na próxima semana, não enxergamos que haverá mudança”, comenta Agostini.
“O governo sabe que tem uma grande tarefa ali para tentar manter o menor déficit possível. Vai manter o discurso da perseguição do Déficit 0, tem a questão do contingenciamento, que provavelmente será menor, e ele pode fazer esse contingenciamento ao longo do ano. Então, não precisaria fazer agora, não precisa sofrer por antecedência. Estamos ainda no primeiro trimestre do ano”, completa.
Fonte: G1