O que é o setor censitário, medida usada pelo IBGE para fazer o Censo
Os dados do Censo permitem ver as cidades por dentro e saber quantas pessoas vivem em cada distrito ou subdistrito, por exemplo. Mais da metade das cidades brasileiras vivem no litoral do país, diz Censo
Os novos dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (21) mostram como a população se divide dentro das cidades de forma mais precisa.
Isso acontece porque os dados são agrupados a partir de setores censitários, que são a menor porção de área utilizadas pelo IBGE para planejar, coletar e disseminar os resultados dos Censos e Pesquisas Estatísticas.
Esses setores são definidos a partir de diversos critérios:
A área e o número de domicílios do setor devem ser passíveis de serem percorridos e visitados por um único recenseador em tempo hábil.
O recorte do setor deve ser representativo em relação à população local.
O setor deve ter um número de domicílios suficiente para que seus dados agregados preservem o sigilo dos moradores
Setor censitário é a principal e menor medida usada pelo IBGE
Arte/g1
Para o Censo 2022 foram considerados 452.338 setores censitários dentro dos 5.570 municípios do país. Em relação ao Censo 2010, mais de 135 mil novas subdivisões foram criadas, o que amplia o detalhamento do material.
Os dados, no entanto, ainda são preliminares. O IBGE antecipou a divulgação para permitir análises mais atualizadas, mas a publicação definitiva com outras variáveis como sexo, raça e idade da população deve sair no segundo semestre de 2024.
Já as subdivisões por distritos e subdistritos, também apresentadas nesta quinta, seguem as leis e lógicas municipais. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a divisão é feita por distritos, enquanto no Rio de Janeiro e Distrito Federal, é feita por subdistritos.
No geral, o Brasil possui 10.670 distritos e 643 subdistritos em todo território nacional.
Outros dados do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que o estimado pelas projeções iniciais;
O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, que são 51,5% do total de brasileiros;
1,3 milhão de pessoas se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na História em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
Após 50 anos, o termo favela voltou a ser usado no Censo.
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Fonte: G1