Dólar tem 2ª alta seguida e fecha em R$ 5,09, com inflação dos EUA ainda no radar; Ibovespa cai



A moeda norte-americana avançou 0,25%, cotada em R$ 5,0900, renovando o maior patamar em seis meses. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou em queda de 0,51%, aos 127.396 pontos. Roberto Campos Neto, sobre inflação: “Tivemos uma notícia boa local, e uma ruim no cenário externo”
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (11), conforme investidores ainda repercutiam os avanços nos índices de preços ao produtor e ao consumidor dos Estados Unidos.
Os indicadores voltaram a trazer expectativa sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na política monetária norte-americana.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 0,25%, cotado em R$ 5,0900, renovando o maior patamar desde outubro. Na máxima, foi a R$ 5,0910. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumula altas de:
0,50% na semana;
1,49% no mês; e
4,89% no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana subiu 1,41%, cotada em R$ 5,0774.

Ibovespa
Já o Ibovespa fechou em queda de 0,51%, aos 127.396 pontos.
Com o resultado, acumula:
alta de 0,48% na semana;
queda de 0,55% no mês; e
recuo de 5,06% no ano.
Na quarta-feira, o índice encerrou em queda de 1,41%, aos 128.054 pontos.

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O principal destaque desta semana segue com os indicadores de inflação dos Estados Unidos.
Na agenda desta quinta-feira (11), as atenções ficaram com o índice de preços ao produtor norte-americano, divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA. O indicador registrou um aumento de 0,2% em março, após uma alta de 0,6% em fevereiro.
Apesar de o resultado ter vindo um pouco abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters, que previam um avanço de 0,3%, o número ainda representa um avanço dos preços norte-americanos e volta a trazer expectativa sobre os próximos passos do Fed.
Na véspera, por exemplo, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, acelerou e chegou a 3,5% em março, contra 3,2% registrados em fevereiro e acima das expectativas de mercado.
Os números aumentam os temores de que o Fed pode demorar mais a iniciar o ciclo de corte de juros no país. O banco central dos EUA tem uma meta de inflação de 2% e, após o crescimento de empregos mais forte do que o esperado em março, bem como a queda da taxa de desemprego de 3,9% em fevereiro para 3,8%, alguns economistas adiaram as expectativas de corte dos juros para julho.
Depois dos indicadores, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 84,8% de o Fed manter os juros em sua reunião de política monetária de 11 e 12 de junho, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Corroborando esse cenário, as autoridades do Fed continuam a se mostrar preocupadas com a possibilidade de que o processo de controle da inflação tenha se estagnado e que seja necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços.
“De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação elevada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%”, disse a ata da última reunião do Fed, também divulgada ontem
As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o corte de juros aconteça muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.
Já no Brasil, o foco fica no noticiário do dia, em meio aos debates sobre a redução no preço da energia elétrica.
Na véspera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a apresentação de um novo programa energético ainda este ano, para reduzir de forma estrutural o preço das tarifas de energia, segundo apurado pelo g1.
O presidente chegou a se reunir com representantes do setor elétrico, do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Casa Civil. Na pauta: a redução das tarifas. Como resultado da reunião, o MME ficou responsável por liderar um grupo de trabalho para elaborar uma proposta estrutural para o setor até o fim de 2024.
Além disso, investidores continuam a repercutir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na véspera. A inflação oficial do país mostrou que os preços subiram 0,16% em março, abaixo das expectativas do mercado financeiro.
O maior impacto do mês veio novamente do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53% e peso de 0,11 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Mas é uma variação mensal menor que fevereiro, quando os preços do grupo haviam subido 0,93%.
Para o mercado financeiro, a inflação veio bem abaixo da projeção, mas ainda não afasta a preocupação com a inflação de serviços. Os serviços subjacentes, um núcleo focado em serviços e que exclui itens mais voláteis, teve alta levemente mais forte que o mês anterior, de 0,44% para 0,45%.
“O ponto de preocupação continua sendo os serviços subjacentes, que, ao se manterem praticamente estáveis, continuam em um patamar incompatível com as metas de inflação – e deverão continuar justificando a cautela do Banco Central”, diz Helena Veronese, economista-chefe da B. Side.
Ainda na agenda corporativa, as atenções seguem com o noticiário envolvendo a Petrobras. Na semana passada, voltaram a surgir rumores no mercado de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, pode ser demitido da companhia e substituído pelo atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
A notícia de que o governo também decidiu pagar parte dividendos da Petrobras, tema que foi alvo de crise com Prates, também continuou sob os holofotes. Segundo o blog da Julia Duailibi metade dos dividendos serão pagos, valor em torno de R$ 20 bilhões.
*Com informações da agência de notícias Reuters.




Fonte: G1

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