Dólar tem nova alta e fecha em R$ 5,12, com juros dos EUA no radar; Ibovespa cai




A moeda norte-americana avançou 0,61%, cotada em R$ 5,1212, renovando o maior patamar em seis meses. Na semana, acumulou alta de 1,11%. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou em queda de 1,14%, aos 125.946 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar engatou a 3ª alta consecutiva nesta sexta-feira (12) e encerrou a semana acima dos R$ 5,10 pela primeira vez em seis meses. O movimento foi impulsionado pela maior busca por proteção ao risco, em meio a uma nova onda de cautela em relação aos juros norte-americanos.
Após os Estados Unidos reportarem novas altas na inflação ao produtor e ao consumidor nesta semana, investidores seguem na expectativa por novos sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).
Assim, a participação de dirigentes da instituição em eventos ao longo do dia também ficou sob os holofotes, bem como o início da temporada de balanços corporativos nos EUA.
Por aqui, as atenções ficam direcionadas para os dados de serviços de fevereiro e para a reunião trimestral do Banco Central do Brasil (BC) com economistas.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
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Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar avançou 0,61%, cotado em R$ 5,1212. Na máxima, alcançou os R$ 5,1477. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumula altas de:
1,11% na semana;
2,11% no mês; e
5,54% no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 0,25%, cotada em R$ 5,090.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 1,14%, aos 125.946 pontos.
Com o resultado, acumula quedas de:
0,67% na semana;
1,69% no mês; e
6,14% no ano.
Na quinta-feira, encerrou em queda de 0,51%, aos 127.396 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
A agenda recheada de indicadores de preços movimentou os mercados ao longo desta semana. Os principais destaques ficaram com os índices de inflação ao produtor e ao consumidor dos Estados Unidos, que voltaram a subir no mês passado.
Ontem, por exemplo, o índice de preços ao produtor norte-americano, divulgado pelo Departamento do Trabalho dos EUA, registrou um aumento de 0,2% em março, após uma alta de 0,6% em fevereiro. O número veio ligeiramente abaixo do esperado por economistas consultados pela Reuters, que previam um avanço de 0,3%.
Já o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês), divulgado na quarta-feira, acelerou e chegou a 3,5% em março, contra 3,2% registrados em fevereiro e acima das expectativas de mercado.
Os números aumentam os temores de que o Fed pode demorar mais a iniciar o ciclo de corte de juros no país. O banco central dos EUA tem uma meta de inflação de 2% e, após o crescimento de empregos mais forte do que o esperado em março, bem como a queda da taxa de desemprego de 3,9% em fevereiro para 3,8%, alguns economistas adiaram as expectativas de corte dos juros para julho.
Depois dos indicadores, os mercados financeiros viam uma probabilidade de aproximadamente 84,8% de o Fed manter os juros em sua reunião de política monetária de 11 e 12 de junho, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
Diante desse cenário, a participação de dirigentes do Fed em eventos ao longo do dia também acabou na mira dos investidores.
Nesta sexta-feira (12), o presidente da distrital da instituição em Chicago, Austan Goolsbee, afirmou que as leituras de inflação continuam altas e “são preocupantes”, mas reiterou que o índice PCE, o indicador de inflação preferido do Fed, continua a se comportar.
“Se começarmos a ter leituras melhores que nos mostrem que o arco da inflação está caindo, isso nos fará sentir muito melhor sobre onde estamos. Se o PCE estiver reinflando — estabilizaremos os preços”, afirmou em evento. A próxima divulgação do PCE será em 26 de abril.
Corroborando esse cenário, as autoridades do Fed também se mostraram preocupadas com uma eventual estagnação de controle da inflação e afirmou, na última ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) que teme que seja necessário um período mais longo de política monetária restritiva para controlar o ritmo dos aumentos de preços.
“De modo geral, os participantes destacaram sua incerteza quanto à persistência da inflação elevada e expressaram a opinião de que dados recentes não haviam aumentado sua confiança de que a inflação esteja se movendo de forma sustentável para 2%”, disse a ata da última reunião do Fed, também divulgada na última quarta-feira.
As autoridades do Fed estão debatendo se o maior risco é que a política monetária permaneça muito apertada por muito tempo ou que o corte de juros aconteça muito cedo e não consiga fazer com que a inflação retorne à sua meta de 2%.
Ainda no exterior, o início da temporada de resultados corporativos nos Estados Unidos também ficou no radar.
Na Europa, as indicações de que o Banco Central Europeu (BCE) deve iniciar o ciclo de cortes de juros em breve ainda continou na mira dos investidores, bem como dados de atividade do Reino Unido e da China.
Já no Brasil, o noticiário corporativo envolvendo a Petrobras continua sob os holofotes, após um juiz federal de São Paulo decidir suspender do cargo o presidente do conselho de administração da estatal, Pietro Mendes, na véspera.
Segundo o Blog do Valdo Cruz, a decisão do magistrado acolheu uma ação movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira Lima (Novo-SP), pro entender que há conflito de interesses no fato de Mendes ocupar o cargo no conselho, uma vez que ele também é secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia.
Em nota, a Petrobras informou que vai recorrer da decisão.
O atual cenário da petroleira vem menos de uma semana após os rumores de que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, poderia ser demitido da companhia e substituído pelo atual presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Apesar das especulações, no entanto, o Blog da Julia Duailibi indicou que a permanência de Prates no comando da estatal ganhou força após duas reuniões feitas entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Além disso, os debates sobre uma eventual redução do preço da energia elétrica também seguem no radar, após Lula ter pedido, na última quarta-feira, a apresentação de um novo programa energético ainda este ano para reduzir de forma estrutural o preço das tarifas de energia, segundo apurado pelo g1.
O presidente chegou a se reunir com representantes do setor elétrico, do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Casa Civil. Na pauta: a redução das tarifas. Como resultado da reunião, o MME ficou responsável por liderar um grupo de trabalho para elaborar uma proposta estrutural para o setor até o fim de 2024.
Entre os indicadores da semana, o destaque ficou com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na quarta-feira. A inflação oficial do país mostrou que os preços subiram 0,16% em março, abaixo das expectativas do mercado financeiro.
O maior impacto do mês veio novamente do grupo Alimentação e bebidas, com alta de 0,53% e peso de 0,11 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Mas é uma variação mensal menor que fevereiro, quando os preços do grupo haviam subido 0,93%.
Para o mercado financeiro, a inflação veio bem abaixo da projeção, mas ainda não afasta a preocupação com a inflação de serviços. Os serviços subjacentes, um núcleo focado em serviços e que exclui itens mais voláteis, teve alta levemente mais forte que o mês anterior, de 0,44% para 0,45%.
“O ponto de preocupação continua sendo os serviços subjacentes, que, ao se manterem praticamente estáveis, continuam em um patamar incompatível com as metas de inflação – e deverão continuar justificando a cautela do Banco Central”, diz Helena Veronese, economista-chefe da B. Side.
Já nesta sexta-feira (12), novos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística indicaram que o volume de serviços no Brasil voltou a contrair em fevereiro, interrompendo três meses consecutivos de ganhos. Segundo o instituto, houve uma queda de 0,9% do indicador no mês, resultado bem aquém da expectativa do mercado, de alta de 0,2%.
Após o fechamento dos mercados, o Banco Central anunciou que, a partir de segunda-feira (15), dará início à rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em 1 de julho de 2024, no montante de US$ 15,5 bilhões (310.440 contratos).
De acordo com a autoridade monetária, a execução dessa rolagem prevê a realização de leilões diários de swap tradicional e compreenderá o período necessário para que todo o estoque a vencer em 1° de julho de 2024 seja renovado.
*Com informações da agência de notícias Reuters.




Fonte: G1

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