Cartão de crédito: juro volta a subir em março, mesmo com medida que limita saldo devedor no rotativo



Taxa média no cartão de crédito rotativo passou de 411,9% ao ano em fevereiro para 421,3% em março. Essa continua sendo a taxa mais alta do mercado brasileiro. Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo subiram de 411,9% ao ano, em fevereiro, para 421,3% ao ano em março deste ano, informou o Banco Central nesta sexta-feira (3).
O aumento de 9,4 pontos percentuais no mês retrasado aconteceu apesar de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter limitado, desde o começo de janeiro deste ano, o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original.
Com a alta em março, foi interrompida uma sequência de dois meses de recuo nos juros do cartão de crédito rotativo — em janeiro e fevereiro deste ano. Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro.
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Segundo analistas, essa linha de crédito deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente.
Limitação da dívida
Março foi o terceiro mês de validade da decisão que limitou a dívida total no cartão de crédito.
Por exemplo: Se a dívida for de R$ 100, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 200. O custo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), entretanto, está fora desse cálculo. Isso vale somente para débitos contraídos a partir de janeiro.
Em janeiro, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que a solução adotada pelo CMN de limitar a dívida do cartão de crédito – que já havia sido aprovada anteriormente pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula – seria temporária.
“A gente precisa ainda estudar esse assunto, ver como vai fazer de uma forma equilibrada. Começamos a ver a inadimplência melhorando, é um bom sinal (…) Não temos uma solução hoje, avaliamos várias soluções. Temos uma solução de curto prazo que melhorou um pouco, a gente precisa entrar em um entendimento”, declarou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, na ocasião.
A discussão sobre os juros do cartão de crédito rotativo tem gerado atrito entre os bancos e credenciadoras independentes, as chamadas maquininhas.
Como pano de fundo das discussões, está o parcelado sem juros no cartão de crédito, questionado pelos bancos, mas defendido pela equipe econômica e pelas credenciadores independentes.




Fonte: G1

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