A sucessão de Campos Neto e o racha na diretoria do BC



Copom reduz Selic para 10,50% ao ano, corte de 0,25 p.p.; veja a análise
O Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou para trás a série de decisões unânimes sobre o ritmo de queda da taxa de juros Selic e rachou entre os diretores indicados pelo presidente Lula e aqueles indicados no governo anterior. Coube a Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, o voto de minerva que desacelerou o ritmo de queda para 0,25 ponto percentual.
Entre os motivos da divisão interna não há como descartar a proximidade da troca na presidência do Banco Central e a conhecida vontade do presidente Lula – a quem cabe a indicação do futuro presidente – de derrubar mais rapidamente a Selic.
Lula, e mesmo integrantes da Fazenda, queriam uma sequencia da queda mais acentuada da taxa de juros, garantindo um crescimento maior. Do outro lado, está a cautela de parte majoritária do BC. Depois da divulgação da redução em 0,25 pontos percentuais da Selic, integrantes do governo, do Planalto à Fazenda, demonstraram contrariedade.
A primeira linha do comunicado do Copom diz que “o ambiente externo mostra-se mais adverso”. Motivos internos também ajudaram na cautela maior.
Ao contrário das reuniões anteriores, o Copom não deu sinal de novas quedas na taxa de juros.
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A ata do Copom, a ser divulgado na próxima semana, deve detalhar os tópicos de divisão entre os diretores, mas não se pode deixar fora do radar aspectos políticos e a própria sucessão no comando do BC. O mandato de Campos Neto vai até 31 de dezembro, mas ele próprio já pediu uma indicação do seu sucessor mais rápida, para permitir a transição.
O nome de dois diretores do Banco Central estão entre os nomes citados como possíveis escolhidos de Lula para presidir o BC – Gabriel Galípolo e Paulo Pichetti. Ambos votaram pela redução maior, de 0,5 ponto percentual.
A proximidade da troca no comando do Banco Central deve tornar mais comum as divergências internas, mas também pode significar maior dificuldade do próximo presidente em construir consenso dentro do BC em 2025.




Fonte: G1

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