Censo 2022: cidades do interior de SP aparecem no ranking das 10 com maior população amarela do país




Dados foram divulgados pelo IBGE na sexta-feira (22). Pereira Barreto, Mirandópolis (SP) e Bastos (SP) são as cidades do noroeste e centro-oeste paulista que possuem forte influência japonesa. Veja as dez cidades brasileiras com maior proporção de autodeclarados amarelos USAR ESTE
Editoria de Arte/g1
Três cidades da região de São José do Rio Preto e Bauru (SP) aparecem no ranking das 10 com maior população que se considera amarela do país. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (22).
Pereira Barreto, Mirandópolis (SP) e Bastos (SP) são as cidades do noroeste e centro-oeste paulista que se destacam pelo grande número da população amarela, descendentes dos povos originários na Ásia Oriental.
⁠Censo 2022: envelhecimento entre amarelos é o triplo do nacional
Segundo o Censo 2022 do IBGE, no país, houve queda de 59,2% da população amarela, de 2 milhões para 850 mil, número que representa 0,4% da população total, retornando a patamares próximos aos encontrados nos censos de 1991 e 2000.
Dos 5.570 municípios brasileiros, o Censo 2022 não identificou pessoas consideradas amarelas em 575 cidades. A cor ou raça com a maior predominância entre os brasileiros é a parda (45,3%), seguida da branca (43,5%) e a preta (10,2%).
2º lugar: Bastos
Apresentação típica de imigrantes japoneses em Bastos (SP)
Mayla Rodrigues/TV TEM
Bastos ocupa a segunda colocação, com 21.503 pessoas, sendo 2.221 amarelos, ou seja 10,3% da população total. Fundada em 1928 por imigrantes japoneses, é a cidade de SP com maior colônia nipônica fora do Japão.
A cultura oriental é a responsável por diminuir a distância com o país oriental, já que está presente nos “quatro cantos” da cidade, seja na dança, na música, na gastronomia, costumes ou arquitetura.
Centro da cidade tem decoração japonesa
Alan Schneider / G1
Quase 80 anos depois, organização secreta de Bastos que matava japoneses ainda é tabu
Bastos é conhecida como a Capital do Ovo, justamente porque um imigrante japonês levou galinhas para procriação em uma fazenda, com o intuito de buscar alternativas de trabalho.
Inclusive, não são raras as visitas de cônsules do país oriental ao centro-oeste do estado, que também já recebeu membros da família imperial japonesa.
Miniatura do Monte Fuji embeleza praça do museu de Bastos (SP)
Alan Schneider / G1
5º lugar: Pereira Barreto
Pereira Barreto ocupa a quinta colocação, com 24.095 moradores, conforme o Censo 2022. Desses, 1.008 se declaram amarelas, ou seja 4,2% da população.
A cidade foi fundada em agosto de 1928, com o nome de Novo Oriente, quando a Sociedade Colonizadora do Brasil adquiriu parte das terras do povoado de Itapura, para receber imigrantes japoneses que vieram trabalhar na lavoura.
Influência da arquitetura japonesa em Pereira Barreto (SP)
Reprodução/TV TEM
Em uma volta pelo município, é possível encontrar muitas referências à cultura oriental, seja em monumentos construídos nas ruas ou, até mesmo, em nomes de escolas e demais locais de grande importância para os cidadãos.
Típica da cultura nipônica, a Torre de Cinco Andares foi igualmente inaugurada em 1958, na praça da Bandeira. Representa um templo de madeira onde os samurais guardavam tesouros e livros sagrados.
Relógio no centro de Pereira Barreto (SP) é um destes monumentos orientais
Reprodução/TV TEM
A Ponte Nova Oriente, por exemplo, construída por um engenheiro japonês, é um ponto marcante da cidade. A construção auxiliou no desenvolvimento do município, e chegou até mesmo a ser submersa durante o período de surgimento das usinas.
8º lugar: Mirandópolis
Já Mirandópolis, que está na oitava colocação, tem 27.983 moradores, segundo o Censo 2022. Desses, 1.024 se declararam amarelas. O número corresponde a 3,7% do total.
Comunidade Yuba em Mirandópolis (SP)
Reprodução
Na cidade, há uma comunidade, intitulada Yuba, que preserva a cultura e tradições orientais. A história começa na década de 1930 com um grupo de imigrantes japoneses que se fixaram em Mirandópolis para estabelecer uma colônia.
Hoje, a Yuba ainda segue a visão original dos primórdios, com cerca de 60 pessoas morando no local. Na comunidade, os membros possuem suas responsabilidades individuais, como agricultura, culinária e artes.
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Fonte: G1

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