Censo: 6 milhões vivem em lares sem abastecimento de água no Brasil; 1 milhão são crianças de até 9 anos



Os grupos mais afetados são crianças, adolescentes e adultos até 30 anos. Crianças até anos são 1 milhão. Os indicadores de saneamento básico melhoraram na última década, mas, em 2022, o Brasil tinha 6 milhões de pessoas sem abastecimento adequado de água, segundo os dados do Censo divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (23).
São 1 milhão de crianças de até 9 anos que vivem sem abastecimento de água adequado. Veja no mapa abaixo quantas são na sua cidade.

Além de crianças, os grupos que vivem em casas com piores indicadores de abastecimento adequado de água são adolescentes e adultos de até 30 anos, como mostra a tabela abaixo.

Raça e etnia são outros fatores associados à falta de saneamento básico e adequado em domicílio, de acordo com os dados do Censo.
Apesar de 55% dos brasileiros se identificarem como pretas e pardas, este grupo representa quase 70% dos cidadãos que não contam com esgoto adequado em casa.
O que são esgoto e abastecimento de água adequados?
O IBGE considerou os critérios do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) para classificação de quatro formas adequadas de abastecimento de água. Juntos, esses métodos abastecem 97% da população brasileira.
Rede geral de distribuição: 82,9% da população;
Poço profundo ou artesiano: 9%;
Poço raso, freático ou cacimba: 3,2%;
Fonte, nascente ou mina: 1,9%.
As outras formas de abastecimento, não adequadas, são:
Carro-pipa: 1,1%;
Água da chuva armazenada: 0,6%;
Rios, açudes, córregos, lagos e igarapés: 0,9%;
Outra: 0,6%.
Para a análise, foram considerados apenas os imóveis particulares e permanentes ocupados. Ou seja, casas desocupadas, improvisadas ou de moradia coletiva como presídios, hotéis, pensões, asilos ou orfanatos não entram na conta.
Indicadores de saneamento melhoram na última década
Os indicadores de saneamento básico melhoraram desde 2010. O percentual de pessoas vivendo em lares:
com descarte adequado de esgoto subiu de 64,5% para 75,5;
com banheiro exclusivo (não compartilhado), de 64,5% para 97,8%;
com coleta de lixo, de 85,8% para 90,9%;
com ligação à rede geral de água (a forma mais comum), de 81,5% para 86,6% (incluídos os que não utilizam a rede como forma principal).
Ainda assim, 2022, o Brasil tinha:
49 milhões de pessoas em residências sem descarte adequado de esgoto (24% da população);
18 milhões sem coleta de lixo (9%);
6 milhões sem abastecimento de água adequado (3%);
1,2 milhão sem banheiro ou sequer um sanitário (0,6%).

Outros dados do Censo 2022
As informações do Censo 2022 começaram a ser divulgadas em junho de 2023. Desde então, foi possível saber que:
O Brasil tem 203 milhões de habitantes, número menor do que era estimado pelas projeções iniciais;
O país segue se tornando cada vez mais feminino e mais velho. A idade mediana do brasileiro passou de 29 anos (em 2010) para 35 anos (em 2022). Isso significa que metade da população tem até 35 anos, e a outra metade é mais velha que isso. Há cerca de 104,5 milhões de mulheres, 51,5% do total de brasileiros;
1,3 milhão de pessoas que se identificam como quilombolas (0,65% do total) – foi a primeira vez na História em que o Censo incluiu em seus questionários perguntas para identificar esse grupo;
O número de indígenas cresceu 89%, para 1,7 milhão, em relação ao Censo de 2010. Isso pode ser explicado pela mudança no mapeamento e na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;
Pela primeira vez, os brasileiros se declararam mais pardos que brancos, e a população preta cresceu.
Também pela primeira vez, o instituto mapeou todas as coordenadas geográficas e os tipos de edificações que compõem os 111 milhões de endereços do país, e constatou que o Brasil tem mais templos religiosos do que hospitais e escolas juntos.
Após 50 anos, termo favela voltou a ser usado no Censo.




Fonte: G1

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