De carne 'plantada' à proteína de inseto: centro de pesquisa inédito quer acelerar 'comidas do futuro'
Estrutura é uma das únicas no mundo e foi construída dentro do Instituto de Tecnologia de Alimentos em Campinas. Centro de pesquisa inédito quer acelerar ‘comidas do futuro’ em Campinas
Carne cultivada, leites vegetais, proteínas de insetos e carne de frango sem frango são alguns exemplos de produtos que estão sendo pensados para suprir a demanda de comida em um futuro próximo. Para acelerar o desenvolvimento e pesquisa desses alimentos, um centro de pesquisas inédito na America Latina começou a funcionar em Campinas (SP).
O “Tropical Food Innovation Lab” foi construído em uma área de 1,3 mil m² no Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas (ITAL), ligado ao governo de São Paulo, a partir de uma parceria entre 5 empresas.
A ideia do projeto é criar o chamado ‘ecossistema de inovação’ para desenvolver alimentos e bebidas sustentáveis, com foco na biodiversidade brasileira.
“No futuro haverá uma falta de proteína no mundo e esses novos alimentos vão complementar a fonte de proteína atual. Não é excludente, é adicional”, explicou Paulo Silveira, idealizador e gestor do Tropical.
ENTENDA: Um ecossistema de inovação é uma estratégia que reúne em um só local empresas, pesquisadores, startups, investidores, universidades a fim de acelerar o desenvolvimento de novos produtores. O g1 visitou o local. Assista no vídeo acima.
‘Tropical Food Innovation Lab’ foi construído no Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas
Reprodução/EPTV
Princípios no desenvolvimento de alimentos
Paulo Silveira explicou que, entre os diferenciais do centro de pesquisa, está a preocupação em levar informação de qualidade à população sobre o desenvolvimento de novos alimentos. Assim, assegurando alimentos:
Saudáveis e nutritivos;
Seguros à saúde;
Acessíveis financeiramente;
Com sabor atraente;
Ambientalmente corretos e com baixa emissão de gases poluentes;
Com redução de desperdícios;
E desenvolvidos com transparência.
“Alimentos nutritivos e acessíveis são o pilar fundamental desse desenvolvimento. Por isso, queremos trazer a biodiversidade brasileira com sua riqueza para dentro desse parque tecnológico e, assim, desenvolver novos ingredientes e novos produtos”.
Extrusora do centro é a única na America Latina disponível para pesquisa e inovação.
João Gabriel Alvarenga/g1
R$ 15 milhões em equipamentos
O Tropical custou cerca de R$ 15 milhões e reúne equipamentos de última geração e uma estrutura moderna para a pesquisa dos novos alimentos. Um destaque é a máquina chamada extrusora, única na America Latina disponível para pesquisa e inovação.
“O nosso diferencial é uma estrutura de equipamentos modernos, um investimento muito grande, como na extrusora, um equipamento usado para fazer proteínas de origem vegetal, como hambúrgueres e snacks”, detalhou Paulo.
Pesquisadores e startups
O centro também conta com uma estrutura para preparação e degustação de alimentos, uma cozinha experimental, além de espaços de interação e coworking. Empresas, startups e pesquisadores de toda a América Latina poderão utilizar o Tropical.
“Pesquisadores poderão trazer pesquisas para cá, poderão desenvolver pesquisas junto com as empresas parceiras e também com startups. A gente quer trazer, pelo menos, 10 startups por ano para estar incubada aqui dentro e ajudar a gente a olhar o futuro de maneira mais eficiente”.
Estrutura inédita na America Latina
Segundo Paulo Silveira, o Tropical é um centro de pesquisa inédito na América Latina e um dos únicos do mundo com essa estrutura.
“O Brasil é alimentos por natureza e Campinas por vocação tem tecnologia. Tem a Unicamp, tem o Ital, então foi uma escolha natural escolher Campinas para abrigar um dos centros mundiais de desenvolvimento de alimentos”.
Cozinha experimental dentro do centro de pesquisa em Campinas
João Gabriel Alvarenga/g1
Cinco parceiros no projeto
Além do ITAL, instituto público ligado ao governo de São Paulo que cedeu o terreno, o Tropical Food Innovation Lab foi construído com o apoio das empresas suíças Bühler e Givaudan, da norte-americana Cargill, e do FoodTech Hub Latam.
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Fonte: G1