Dólar fecha abaixo de R$ 5 após decisão do Fed e à espera do Copom; Ibovespa tem alta
A moeda norte-americana teve queda de 1,09%, cotado a R$ 4,9745. Já o principal índice acionário da B3 encerrou com alta de 1,25%, aos 129.125 pontos. Dólar opera em alta
Karolina Grabowska
O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (20), com a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de manter suas taxas inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano, mas com bons sinais sobre o futuro dos juros.
Além do Fed, a Superquarta também conta com decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil (BC), que deve reduzir em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros do país. Se confirmada a decisão, a Selic deve chegar ao patamar de 10,75% ao ano.
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, fechou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
O dólar fechou em queda de 1,09%, cotado a R$ 4,9745. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,46% na semana;
ganho de 0,04% no mês;
avanço de 2,51% no ano.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve alta de 0,07%, vendido a R$ 5,0292.
Ibovespa
O Ibovespa fechou em alta de 1,25%, aos 129.125 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,88% na semana;
ganho de 0,08% no mês;
e baixa de 3,77% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,45%, aos 127.529 pontos.
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O que está mexendo com os mercados?
Investidores já chegaram a esta Superquarta sem expectativa de surpresa em relação às decisões de política monetária de Brasil e EUA, mas de olho no que os bancos centrais dirão em seus comunicados.
Por meio dos textos, o mercado consegue vislumbrar quais devem ser os próximos passos para as taxas básicas nos próximos meses. Nos Estados Unidos, toda a expectativa está em saber quando o Fed deve iniciar o ciclo de cortes das taxas básicas.
Nesta quarta-feira, após novamente manter as taxas inalteradas em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, o BC norte-americano voltou a afirmar que não considera apropriado reduzir o intervalo de juros até que tenha “maior confiança de que a inflação está evoluindo de forma sustentável para 2%”, a meta do Fed.
Os preços norte-americanos continuam em patamares elevados. Além disso, indicadores recentes também indicam que a atividade econômica do país tem se expandido em um “ritmo sólido”.
As projeções da instituição, no entanto, continuam indicando que três cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.) ainda devem acontecer ao longo deste ano.
Em entrevista a jornalistas após o anúncio da decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o aperto monetário pode ter atingido seu pico e disse esperar uma queda gradual da inflação.
“Os números realmente não mudaram a história geral, que é a de uma inflação caindo gradualmente”, afirmou.
Sobre o mercado de trabalho, o comitê afirmou que “os ganhos no emprego permaneceram fortes e a taxa de desemprego permaneceu baixa”. O trecho representa uma leve mudança em relação ao comunicado anterior, quando o colegiado citou ganhos “moderados” nos dados de emprego.
Tanto o comunicado quanto as projeções do colegiado vieram em um tom mais positivo do que o esperado — o que animou os agentes do mercado. O temor era, principalmente, em relação à divulgação dos dados recentes, que poderiam mexer com as projeções de cortes dos juros para este ano, explica Daniel Cunha, estrategista-chefe da BGC Liquidez.
“Tal receio não se concretizou, dado que o comitê manteve a projeção de três cortes para este ano, o que causou uma reação positiva imediata nos ativos de risco”, afirma.
Nesse cenário, a maioria dos investidores e especialistas continua a esperar que o início do ciclo de cortes aconteça ainda no primeiro semestre de 2024. Segmentos mais pessimistas, no entanto, esperam alterações apenas na segunda metade do ano.
Com taxas maiores, os títulos públicos dos Estados Unidos entregam um retorno maior para os investidores. Esses títulos — as Treasuries americanas — são considerados os investimentos mais seguros do mundo.
Já por aqui, o foco fica com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que deve sair após o fechamento dos mercados. A instituição vem reduzindo a taxa Selic em cortes contínuos desde agosto, de 0,50 ponto percentual.
A inflação brasileira vinha dando sinais de desaceleração, mas os serviços voltaram a preocupar e serão o foco do novo comunicado. “É fundamental que as decisões do Banco Central do Brasil estejam alinhadas com o contexto macroeconômico interno e externo”, disse Costa, da B&T.
Fonte: G1