Dólar opera em alta, após inflação acima do esperado; Ibovespa cai




Na véspera, a moeda norte-americana subiu 0,11%, cotada a R$ 4,9679. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou com queda de 0,36%, aos 129.950 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar opera em alta nesta quinta-feira (8), conforme investidores digeriam os novos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país.
O indicador subiu 0,42% em janeiro, desacelerando em relação ao observado no mês anterior (+0,56%), mas ainda acima das expectativas do mercado, que projetavam uma alta de 0,35%.
Eventuais falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e a temporada de balanços corporativos também ficavam no radar.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, operava em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 10h25, o dólar tinha alta de 0,21%, cotado a R$ 4,9785. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana subiu 0,11%, cotada a R$ 4,9679.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,01% na semana;
ganho de 0,62% no mês;
avanço de 2,38% no ano.

Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,17%, aos 129.733 pontos.
Na véspera, o índice encerrou com um recuo de 0,36%, aos 129.950 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 2,19% na semana;
avanço de 1,73% no mês;
e queda de 3,15% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
Por aqui, o principal destaque desta quinta-feira (8) fica com o IPCA brasileiro, considerado a inflação oficial do país.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o indicador registrou uma alta de 0,42% em janeiro deste ano. O resultado representa uma desaceleração tanto em comparação a dezembro, quando subiu 0,56%, quanto em relação a igual mês do ano passado, quando teve um avanço de 0,53%.
Com isso, o país tem uma inflação acumulada de 4,51% em 12 meses.
Com isso, o resultado da inflação voltou para cima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário nacional (CMN), de 4,5%.
O resultado veio acima das expectativas do mercado financeiro, que esperavam aumento de 0,35% dos preços em janeiro. No acumulado, era esperada uma alta de 4,43%.
Segundo o economista do PicPay Igor Cadillac, além de o resultado ter surpreendido para cima, a leitura também não foi favorável “do ponto de vista qualitativo.”
“A piora dos núcleos, quase que generalizada, chama a atenção. Diante disso, há um sinal de alerta para a política monetária, que conversa bem com o balanço de riscos que o Banco Central descreveu na ata [do Comitê de Política Monetária]”, disse.
Na semana passada, o Copom decidiu reduzir a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 11,25% ao ano.
O colegiado ainda reforçou que novos cortes da Selic devem vir na mesma magnitude nas próximas reuniões, destacando que “esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”.
No exterior, os investidores continuam atentos a eventuais falas do Fed, em busca de novos sinais sobre os próximos passos do BC norte-americano nos juros do país.
Na véspera, autoridades do Fed reforçaram a posição de que são necessários mais dados econômicos, para haver certeza sobre a trajetória da inflação e que há espaço para cortes de juros.
Para o economista da XP Alexandre Maluf, os recentes dados da atividade econômica nos Estados Unidos, que vieram mais fortes do que o esperado, e o mercado de trabalho ainda muito resiliente têm motivado o Fed a ser mais “cauteloso em seu discurso”.
Essa postura, segundo Maluf, já tem começado a mudar as apostas do mercado sobre quando o BC norte-americano deve dar início ao ciclo de corte de juros — algumas casas de investimento, segundo ele, já começam a prever o primeiro corte entre junho e setembro, por exemplo.
O economista ainda disse que essa mudança de perspectiva sobre os juros dos EUA já mostram alguns reflexos no Brasil, principalmente sobre a taxa de câmbio.
“Mais recentemente vimos um estresse no real e nas moedas emergentes no geral porque essa reprecificação acabou por depreciar esses ativos, em meio à perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos. Mas seguimos fortes na hipótese de que o real deve apreciar para algo em torno de R$ 4,70 ao longo do ano”, completou.
*Com informações da Agência Reuters




Fonte: G1

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