Fila de espera por leitos em Bauru tem 70 pacientes
Situação mais complicada acontece no Pronto-Socorro Central, onde, segundo a prefeitura, há 27 pessoas aguardando vagas. No dia 16 de abril, um paciente morreu na UPA do Mary Dota enquanto aguardava uma vaga para ser internado em hospital do estado. Fila de espera por leitos em Bauru tem mais de 50 pacientes
O problema da falta de vagas hospitalares em Bauru (SP) viveu nesta quarta-feira (1º) mais um capítulo na cidade. Segundo dados da própria prefeitura, 70 pacientes aguardavam um leito dentro das Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) e do Pronto-Socorro Central.
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Para piorar o quadro, alguns pacientes estariam esperando vagas em hospitais há mais de dois dias. É o caso do paciente Arlindo Pereira Beloti, de 68 anos, que está internado desde segunda-feira (29) na UPA do Mary Dota.
Segundo a família, ele deu entrada na unidade após mal-estar. No local, com suspeita de ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), foi encaminhado para o Hospital de Base (HB) de Bauru para exames complementares, onde foi diagnosticado o problema.
No entanto, em vez de permanecer na unidade hospitalar, o paciente retornou à UPA do Mary Dota, onde aguarda por um leito.
Pacientes aguardam por vaga na UPA do Mary Dota, em Bauru
Divulgação
“Fizeram a tomografia e constataram algo. Por que ele não ficou no hospital? Lá é um lugar com condições técnicas, com neurologista, cardiologista, específicas para isso”, comenta Aparecido Bento, cunhado do paciente.
“Temos medo que não surja essa vaga, e no estado que ele está, pode ser que ocorra um agravo e problemas futuros irreversíveis”, complementa.
Paciente sofreu AVC e familiares lutam por vaga em hospital de Bauru
TV TEM/Reprodução
A Secretaria Estadual de Saúde informou que o paciente citado na reportagem foi inserido na regulação estadual nesta terça-feira (30) e já teve sua transferência autorizada para o Hospital de Base de Bauru.
No entanto, os parentes de Arlindo Pereira Beloti informaram à TV TEM que ainda não foram comunicados sobre o leito disponível, assim como os médicos da UPA do Mary Dota, e ele continua internado na unidade.
A pasta pontuou que a unidade de origem é responsável por providenciar transporte adequado para realizar a transferência.
Morte à espera de leito
No dia 16 de abril, um paciente morreu na UPA do Mary Dota enquanto aguardava uma vaga para ser internado em hospital do estado. À época, 52 pessoas aguardavam vaga na rede estadual de saúde.
Segundo a Prefeitura de Bauru, o homem de 55 anos deu entrada na unidade, com mal-estar. Como o paciente era renal crônico, a equipe fez a coleta de sangue e verificou que os resultados foram atípicos.
Ainda de acordo com a administração municipal, a unidade solicitou imediatamente uma vaga no Hospital de Base de Bauru, via Sistema Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross), e entrou em contato por telefone para que uma vaga fosse agilizada devido ao estado de saúde do paciente.
A vaga foi liberada por volta das 15h, no entanto, o paciente morreu minutos antes, segundo a prefeitura.
Paciente morre à espera de vaga em hospital de Bauru; mais de 50 pessoas aguardam na fila
Das 70 pessoas que aguardam leito de hospital, a situação mais complicada acontece no Pronto-Socorro Central, onde, segundo a prefeitura, há 27 pacientes aguardando vagas.
Outros 12 estão na UPA Ipiranga, enquanto 11 esperam na unidade do Bela Vista. As UPAs do Geisel e do Mary Dota têm, respectivamente, 10 e 9 pessoas cada à espera de um leito.
Em nota, a Secretaria de Saúde do estado de SP informou que “a Cross é um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência” e que “seu papel é auxiliar na identificação de uma vaga no hospital mais próximo, seja ele municipal, estadual ou filantrópico, e apto a cuidar do caso”.
“A Central possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e busca vaga disponível em serviços de saúde do SUS, preferencialmente na região de origem do paciente, com disponibilidade e capacidade para atender cada caso, priorizando os mais graves e urgentes”, diz a nota.
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Fonte: G1