Ibovespa volta aos 131 mil pontos, com IPCA-15 abaixo do esperado; dólar fecha em R$ 4,93




A moeda norte-americana caiu 0,97%, cotada a R$ 4,9329. Já o principal índice de ações da bolsa de valores brasileira encerrou em alta de 1,61%, aos 131.689 pontos, no maior patamar desde 8 de janeiro. Painel mostra variação de mercado na B3, em São Paulo.
Amanda Perobelli/Reuters
O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, encerrou em alta nesta terça-feira (27), atingindo o maior patamar desde 8 de janeiro. O dólar fechou em queda, aos R$ 4,93.
Investidores repercutiram a divulgação da prévia da inflação brasileira, que veio abaixo do esperado pelo mercado financeiro, além de um dia mais benigno no exterior, com uma queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos) norte-americanos.
Balanços corporativos também ficam no radar.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
O dólar fechou em queda de 0,97%, cotado a R$ 4,9329. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,19% na semana;
alta de 0,09% no mês;
avanço de 1,66% no ano.
Na véspera, a moeda norte-americana teve queda de 0,23%, cotado a R$ 4,9810.

Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em alta de 1,61%, aos 131.689 pontos, no maior patamar desde 8 de janeiro, quando atingiu os 132.427 pontos.
Com o resultado, acumulou:
avanço de 1,75% na semana;
alta de 3,08% no mês;
recuo de 1,86% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,15%, aos 129.609 pontos.

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O que está mexendo com os mercados?
Entre os principais destaques desta terça-feira (27) estava o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país. O indicador registrou uma alta de 0,78% nos preços em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mês de fevereiro costuma ser muito influenciado por uma alta sazonal no grupo Educação, por conta dos reajustes escolares. O segmento teve alta de 5,07% no mês e impacto de 0,30 ponto percentual (p.p.) no índice geral.
Assim, o índice teve uma forte aceleração de 0,47 p.p. na comparação com o mês anterior, quando teve alta de 0,31% para janeiro. Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,49% na janela de 12 meses.
Os números vieram abaixo das expectativas do mercado financeiro. As expectativas eram de alta de 0,82% em fevereiro, chegando a 4,53% em 12 meses.
O mercado financeiro esperava uma alta ainda mais intensa do que foi constatado pelo IBGE em fevereiro. Apesar do número cheio um pouco menor, as aberturas não aliviaram as preocupações dos analistas.
“Apesar da surpresa positiva com o dado, a sua abertura seguiu refletindo um qualitativo relativamente ruim, com medidas subjacentes e núcleos relevantes para o BC rodando em patamares elevados”, diz João Savignon, chefe de pesquisa macroeoconômica da Kínitro.
O analista pondera, no entanto, que parte dos fatores têm questões sazonais, em que se prevê um arrefecimento para os próximos meses, concentrados em Alimentação e Bens Industriais.
“O BC pode seguir com cortes de 50bps por reunião, desacelerando somente na segunda metade do ano, na passagem entre o 3º e o 4º trimestres. Nosso cenário base é de uma Selic terminal de 8,5%”, afirma.
No noticiário corporativo, a temporada de balanços também segue no foco. A processadora de alimentos BRF reportou um lucro líquido de R$ 754 milhões no quarto trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 956 milhões observado em igual período de 2022.
Com o resultado, os papéis da companhia avançaram 7,92% e figuraram entre as maiores altas da sessão. O destaque, no entanto, ficou com os papéis do Grupo Pão de Açúcar, que subiram mais de 13%.
Já nos EUA, o mercado segue aguardando dados econômicos importantes que serão divulgados ao longo da semana. O principal é o núcleo de preços PCE de janeiro, nos Estados Unidos, programado para quinta-feira (29).
Essa leitura virá depois que, recentemente, dados mostraram sinais de resiliência da atividade e da inflação na maior economia do mundo, levando os mercados a adiarem apostas sobre o início do afrouxamento monetário nos EUA.
Ao mesmo tempo, ajudando o real, os contratos futuros do minério de ferro saltaram nesta terça-feira, apoiados por esperanças de recuperação da demanda na China, principal mercado consumidor do minério, e por um possível imposto de exportação sobre o minério de ferro indiano de baixa qualidade.
Tanto a moeda brasileira como a bolsa são muito sensíveis aos preços dessa commodity, uma vez que o minério de ferro é um dos principais componentes da pauta de exportação nacional.




Fonte: G1

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