Unidades prisionais de Bauru registram ocupação de 23% além da capacidade
Bauru (SP) conta com um Centro de Detenção Provisória (CDP) e três Centros de Progressão Penitenciária (CPP), com capacidade, ao todo, para 5.384 vagas. Presídios abrigam 6.637 detentos. Presídio CPP 1 de Bauru
TV TEM/Reprodução
As quatro unidades prisionais de Bauru (SP) abrigam 1.253 internos acima da capacidade, com uma população carcerária de 6.637 detentos, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). O total supera em 23,2% o limite de vagas projetadas.
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Em Bauru, estão alocados um Centro de Detenção Provisória (CDP) e três Centros de Progressão Penitenciária (CPP), com capacidade, ao todo, para 5.384 vagas.
CDP Bauru: possui capacidade para 844 pessoas. Até o dia 22 de março, operava com 1.102 detentos (30,56% acima da capacidade)
CPP 1 Bauru: possui capacidade para 1710 pessoas. Até o dia 22 de março, operava com 2.518 detentos (47,25% acima da capacidade)
CPP 2 Bauru: possui capacidade para 1706 pessoas. Até o dia 22 de março, operava com 2.488 detentos (45,83% acima da capacidade)
CPP 3 Bauru: possui capacidade para 1.124 pessoas. Até o dia 22 de março, operava com 529 detentos (47,06% da capacidade)
A superlotação escancara também a falta de policiais penais, profissionais responsáveis pelas seguranças nas unidades prisionais.
Em Bauru (SP) conta com um Centro de Progressão Penitenciária (CPP)
Reprodução
Segundo a Sifuspesp, sindicato da classe, uma das unidades de Bauru já chegou a contar com apenas três agentes penais para cuidar de quase 1 mil detentos durante a noite.
Ainda segundo dados do sindicato, o SIFUSESP, em 2013, existiam 24.652 agentes de segurança no sistema prisional paulista, nas 182 unidades prisionais e 23 polos de escolta. Na época, o déficit no quadro era de 3.294 agentes.
Em 2023, o número estava em 21.513, com déficit de 6.741 funcionários. De acordo com o levantamento, foram “perdidos” 3.139 funcionários. Segundo o sindicato, desde 2017 não são realizados concursos públicos no estado para o cargo.
“O déficit funcional ocorre porque o sistema está envelhecendo, o pessoal está aposentando. Ainda vemos que o trabalho que não é valorizado, já que o policial penal tem o terceiro pior salário do Brasil”, afirma Fábio Jabá, presidente do SIFUSESP.
Número de policiais penais é menor do que o recomendado para a quantidade de detentos
Salário abaixo da média
As remunerações de policiais civis e policiais penais no estado de São Paulo estão entre as mais baixas do Brasil, apontou o ‘Raio-X dos profissionais de segurança pública’, estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
Segundo o FBSP, as polícias penais estaduais brasileiras apresentaram média de remuneração de R$ 8.070,98 bruto.
A remuneração média bruta dos policiais penais no estado de São Paulo foi de R$ 6.979,62 no ano passado, R$ 1.091,36 a menos do que a média nacional (R$ 8.070,98) e R$ 8.055,03 a menos do que a vista no Distrito Federal (R$ 15.034,95), que é o estado que melhor paga.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo disse que as unidades prisionais operam dentro dos padrões de segurança e disciplina e que este ano um concurso será realizado para a contratação de 1.100 policiais penais.
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Fonte: G1